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Comerciante que foi linchado pela população em Marilia SP era inocente, afirma polícia
A Polícia Civil de Marília, a 435 km de São Paulo, já identificou as
pessoas suspeitas de agredirem um comerciante de 47 anos que morreu em
decorrência dos ferimentos. Elas suspeitavam que ele tivesse
envolvimento na morte de uma adolescente de 14 anos, o que não foi
confirmado pela polícia. O grupo será indiciado por homicídio
qualificado, formação de quadrilha, lesão corporal e tortura, entre
outros crimes. Por enquanto, ninguém foi preso - mas isso pode acontecer
a qualquer momento.
O grupo de pelo menos 20 pessoas que espancou Cirso Fernandes Guilherme
também incendiou a casa dele e destruiu o bar que ele tinha. Seus
familiares também foram agredidos. Ele morreu após ficar quatro dias
internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A comunidade achava que o comerciante era o responsável pela morte de
uma adolescente de 14 anos que ficou 11 dias desaparecida. O corpo dela
foi encontrado em um rio.
“Se a gente fez, ele deve. Alguma coisa ele deve”, disse uma mulher que participou do linchamento e não quis se identificar.
O comerciante era portador de paralisia infantil e não tinha passagem
pela polícia. O delegado que investiga o caso diz que laudos
preliminares da perícia apontam que a jovem não sofreu agressão física e
que ela poderia ter morrido em decorrência de alguma doença – ela tinha
epilepsia.
“O que se criou foi um tumulto e na verdade não temos evidência
nenhuma, até o presente momento, que o vincule à morte dela”, disse o
delegado Aeliton de Souza. “Foi um ato de covardia, de barbárie, que
atrapalhou o trabalho policial. Porque nós deveríamos ter, inicialmente,
qualquer informação que nos levasse ao esclarecimento e ao entendimento
do que aconteceu no caso da garota.”
A mãe do comerciante, que também foi agredida, diz que conhece os
autores do espancamento. “Reconheço qualquer um, qualquer hora. Eu sei o
nome deles por apelido, porque lá todo mundo tem apelido e não tem o
nome certo”, disse a aposentada Conceição Fernandes Rodrigues.
A vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Marília
reprovou a atitude dos moradores que quiseram fazer justiça com as
próprias mãos. “Totalmente condenável. A OAB é totalmente contra esse
tipo de manifestação”, afirmou Maria Regina Borba Silva.
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