Rio em estado de atenção
RIO - Pelo segundo dia seguido, uma chuva forte alagou ruas e complicou o trânsito no Rio. Às 5h20m desta terça-feira, o município do Rio retornou ao estágio de atenção, o segundo em uma escala de quatro e que se caracteriza pela possibilidade de chuva fraca a moderada nas próximas horas, informou a prefeitura. Às 21h30m de segunda, o Centro de Operações do município informou que o Rio tinha entrado em estágio de alerta, o terceiro da escala, caracterizado por chuva forte nas próximas horas, podendo causar alagamentos e deslizamentos. Na madrugada, um homem morreu afogado na Rua Sotero dos Reis, na Vila Mimosa, Praça da Bandeira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma equipe tentou socorrer a vítima, ainda não identificada, mas não obteve sucesso. A suspeita é que o homem tenha morrido devido ao transbordamento do Rio Maracanã.
Em cerca de uma hora e meia, já choveu 111,8 milímetros na Tijuca, o equivalente a quase metade do acumulado no mês (226,2 milímetros), segundo dados do Alerta Rio, divulgados às 22h20m. Em São Cristóvão foram 84,4 milímetros precipitados no mesmo período, contra 129,2 milímetros no mês. No Grajaú, foram 55,8 mililitros em uma hora. Na avaliação de intensidade de temporais, chuvas acima de 50 mililitros ocupam a escala máxima, classificadas como muito fortes.
O Centro de Operações Rio informou que às 6h desta terça-feira, a Defesa Civil suspendeu o alerta das sirenes em 11 comunidades da Grande Tijuca que, devido às fortes chuvas que caíram na cidade, estavam em situação de alto risco. As comunidades acionadas à noite foram: Borel, Formiga, Chacrinha, Matinha, Cotia, Encontro, Santa Terezinha, Dona Francisca, Morro dos Macacos, Morro da Liberdade e Cachoeira Grande.
A Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá continuará interditada durante toda a terça-feira, segundo informou o Centro de Operações Rio. A via está bloqueada para o trânsito desde o início da madrugada quando uma pedra de 300 metros cúbidos, o que equivale ao tamanho de um caminhão, caiu na estrada, na altura do Morro da Árvore Seca. Equipes da Geo-Rio foram deslocadas para o local com o objetivo de fazer avaliação geotécnica da encosta.
As estações de trem que estavam fechadas por causa das chuvas, foram reabertas. O trens paradores já param normalmente nas estações Mangueira, Maracança e Praça da Bandeira. Porém, outras estações foram fechadas. Em Olaria e São Francisco Xavier a água impedia que os passageiros acessassem as plataformas. Funcionários da Supervia trabalharam com bombas de sucção para liberar o acesso, que foi totalmente reaberto pouco depois das 8h desta terça-feira.
Entre 19h de segunda-feira e 4h30m desta terça-feira, a Defesa Civil recebeu 78 chamados, sendo 41 em decorrência de alagamentos, a maioria na Tijuca. Quatro deslizamentos foram registrados nas comunidades JK, Borel, Andaraí e Chacrinha. Todos sem vítimas. A Defesa Civil recomenda aos moradores de áreas de encostas e locais sujeitos a deslizamentos que fiquem atentos a sinais de trincas e rachaduras e que se abriguem em local seguro até a chuva passar. Em caso de emergência, a população deve ligar para a Defesa Civil no telefone 199, que funciona 24 horas, priorizando os casos de deslizamentos e desabamentos.
O prefeito Eduardo Paes - que foi para o Centro de Operações Rio, na Cidade Nova, acompanhar os trabalhos das equipes da prefeitura do Rio - recomendou no fim da noite, em entrevista à Rádio CBN, que as pessoas em áreas de risco busquem locais seguros. A previsão da meteorologia é de que continue chovendo por toda a noite.
- Tínhamos uma previsão de chuva mais leve, mas já há algumas horas ela aumentou. Houve concentração muito forte das precipitações nesta área da Tijuca, o que gera uma série de transtornos - disse ele, por volta das 23h30m, lembrando que o fato de o temporal ter começado mais tarde minimizou um pouco impactos que poderiam ser ainda maiores.
Paes admitiu ainda que alagamentos no Maracanã não serão resolvidos em curto prazo . Ele afirmou, porém, que o fato de a tempestade não ter feito vítimas nesta segunda-feira é um sinal de que os sistemas de alerta e as obras de contenção surtiram efeitos positivos.
- A questão da Praça da Bandeira (ponto de constantes alagamentos), por exemplo, dificilmente estará diferente no ano que vem. Ali só após as obras do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal), uma intervenção de R$ 400 milhões. O recurso já foi aprovado, mas estamos aguardando a liberação desse dinheiro - explicou o prefeito, que está acompanhando as consequências da chuva no Centro de Operações da Prefeitura.
Devido às fortes chuvas que caem na região da Grande Tijuca nas últimas horas, a prefeitura recomenda aos motoristas que evitem a região. Por volta das 23h, eram registrados alagamentos no entorno da Praça da Bandeira, Avenida Francisco Bicalho, Avenida Radial Oeste, Boulevard 28 de Setembro, Rua São Francisco Xavier, Avenida Maracanã, entre outras vias que têm pontos interrompidos ao trânsito. A Avenida Brasil apresenta pontos de alagamento na altura do Caju e de Manguinhos. A melhor opção de rota para os motoristas que se dirigem às Zonas Norte e Oeste da cidade é a Linha Vermelha.
Em consequência da forte chuva, motoristas que saem do Túnel Rebouças, em direção à Zona Norte, estão impedidos de entrar para o Cosme Velho. A alça de ligação para o bairro foi fechada, por precaução. As duas galerias, no entanto, estão liberadas ao trânsito. A Praça da Bandeira ficou intransitável para pedestres e veículos. O Rio Maracanã chegou a transbordar e alagou as ruas em torno do estádio.
Os aeroportos do Rio passaram a funcionar apenas com o auxílio de instrumentos. De acordo com a Infraero, que administra os dois aeroportos, o Santos Dumont chegou a registrar alguns atrasos na chegada, por causa de chuva em outras cidades do Brasil. Já no Internacional Tom Jobim, o movimento por volta das 23h era normal, sem registro de voos atrasados.
Bueiros chegaram a jorrar água na Rua Hadock Lobo, na Tijuca, uma das principais do bairro, prejudicando a passagem de veículos e pedestres. Motoristas encontram congestionamentos em vários pontos, como na altura da Avenida Paulo de Frontin. De acordo com relatos de moradores, havia carros boiando na Praça Saens Peña. O Cosme Velho também foi bastante afetado pela chuva.
O tráfego foi interrompido, no início da noite de segunda-feira, na Rodovia Rio-Santos, na altura do acesso às usinas nucleares, devido ao excesso de água na pista e ao escorregamento de terra para a pista. Por volta das 23h, o trânsito foi normalizado, mas os motoristas precisam dirigir com cautela.
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