Mais um desaparecimento sob suspeita na Rocinha

Desde ontem, informações passadas por moradores dão conta de que uma terceira pessoa também
pode ter sido vítima do tribunal do tráfico local. Ele seria um rapaz, identificado como Thiago, namorado de Andressa.

Luana já é dada como morta | Foto: Reprodução

A DH decidiu não passar informações sobre os rumos da investigação. O delegado Felipe Ettore limitou-se a dizer que a família de Luana não tem ajudado muito porque pouco sabia da vida da filha. “Ela praticamente morava na Rocinha. Passava 15 dias, às vezes um mês por lá. Então, a família diz apenas que não sabia o que se passava fora de sua casa”, explicou o diretor da DH, frisando que a família de Andressa, também desaparecida, até agora sequer fez o registro.

Mas a presença da terceira pessoa — um suposto namorado de Andressa —, ainda de acordo com relatos de moradores e amigos das jovens, teria sido uma exigência do bando. A mando de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, eles teriam sido convocados a dar explicações, na noite de 9 de maio.

Em depoimento, uma amiga de Luana disse que, antes de subir a Rocinha, ela ainda brincou, dizendo que o máximo que iria acontecer era ‘voltar careca’, um castigo comum às mulheres da favela repreendidas pelo tráfico.
Os relatos de moradores, no caso do rapaz que também teria sido levado para o ‘julgamento’, são contraditórios. Há quem garanta que ele foi torturado, morto e esquartejado com elas. Já informações passadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) afirmam que ele foi espancado e expulso da favela.

Desconfiança surgiu após operação policial

O que os investigadores já sabem é que Luana havia despertado desconfiança na quadrilha depois que a Polinter encontrou, no mês passado, 2,5 toneladas de maconha escondidas dentro de uma casa na localidade Cachopa.
O imóvel, segundo informações passadas por amigos, foi a casa da jovem enquanto ela morou com um namorado, que é traficante e sócio de um dos principais fornecedores de maconha da Rocinha, Edson Marciano, o Fofão.

No fim do ano passado, eles teriam brigado e a modelo teria conhecido um policial numa boate na Barra da Tijuca. O romance teria desencadeado na informação da Polinter.

Atrás dos últimos passos de modelo

Na tarde de ontem, equipe da DH esteve mais uma vez na comunidade Vila Canoas, em São Conrado, onde a família da modelo mora. O objetivo da polícia é tentar rastrear os últimos passos de Luana até subir a Rocinha, no início da noite do dia 9.

As informações obtidas nos depoimentos de dois amigos de Luana indicam que ela esteve na Barra da Tijuca, naquela tarde, acompanhada de uma amiga e de dois jogadores do Botafogo. A polícia não deverá ouvir os atletas, já que não encontrou qualquer relação entre esse encontro, relatado por uma pessoa, e o sumiço das duas jovens, que ocorreu dentro da Rocinha, horas mais tarde.

Segundo relatos, Luana teria voltado para casa, tomado um banho e pego uma carona com um amigo até uma concessionária que fica ao lado do Fashion Mall, antes de subir a favela. O Dia/bom dia Sobral

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