Rio: Criança de 12 anos é morta por bala perdida enquanto dormia.
Uma criança de 12 anos é a mais recente vítima de uma guerra entre traficantes, na Vila Kennedy, em
Bangu. Marlysson Ribeiro Pereira dormia na sala de casa quando foi atingido por um tiro de fuzil na cabeça, na madrugada de ontem. Na hora, havia um novo confronto entre criminosos da favela da Coreia e os bandidos remanescentes na Vila Kennedy. Mesmo morando do outro lado da linha férrea, uma bala perdida atingiu a criança, que faria 13 anos no próximo dia 22. Moradores acusam PMs de conivência com traficantes.
“Meu filho é mais uma vítima dessa guerra imunda e suja. Ele é o terceiro de quatro filhos, mas eu podia ter 50 que não queria perder um. Fiz o maior esforço e comprei computador, coloquei Internet para que eles não saíssem de casa. Sempre os mantive embaixo das minhas asas e isso acontece dentro da minha casa”, lamentou a mãe da criança, Ana Cristina Robeiro, de 44 anos.
Ela contou que se mudou com a família há oito meses para uma casa do outro lado da Avenida Brasil, onde considerava ser mais seguro. “Fomos pagar aluguel para sair do foco da guerra. Não queria que meus filhos tivessem esse exemplo, e o que adiantou?”.
“Um infeliz acabou com minha vida”, mãe
“Essa guerra é maldita. Dói saber que um infeliz, lá do outro lado, sequer sabe que atingiu a minha família. Acabou com a minha vida. Hoje (ontem), eu já estava com o cartão de crédito na bolsa. Ia sair depois do trabalho para comprar a camisa do Flamengo, do Ronaldinho Gaúcho, para o meu filho. Ele ia ficar muito feliz. Ia surpreendê-lo porque ia comprar a original. Ele não ficou bom porque morreu. Era estudioso, educado e caseiro”.
Moradores querem ação da polícia
Moradores se queixam que policiais do 14º BPM (Bangu) fariam ‘vista grossa’ para os confrontos entre os traficantes da Coréia. Um dos bandos é liderado por Márcio José Sabino Pereira, o Matemático. Os criminosos da favela da Coreia, em Senador Camará, já teriam dominado bocas de fumo da Vila Kennedy, mas haveria bandidos que resistem à invasão. Moradores contam que homens vestidos de preto com símbolo do Batman (apelido de Matemático) impõem regras e aterrorizam famílias.
Em nota, a PM informou que o 14º BPM (Bangu) está atuando na comunidade e não há registros de “atrocidades” contra moradores. A PM diz que veículos blindados estão posicionados na entrada da Vila Kennedy para proteger a população. Recomenda que moradores denunciem pelo Disque-Denúncia (2253-1177) ou pelo 190 para facilitar as próximas ações policiais no local.
Matemático trava guerras para ampliar seu território
Márcio José Sabino Pereira, Matemático, Batgol ou Batman. Para a população que vive sob o seu domínio não importa o nome ou apelido quando seu significado é o terror. Chefe do Terceiro Comando Puro (TCP), ele deixou a cadeia em abril de 2009, beneficiado pelo regime semiaberto. Foi trabalhar na funerária da família de sua advogada e não voltou mais para a prisão.
Desde então, o dono das bocas de fumo das favelas da Coreia, Vila Aliança e comunidades do Complexo da Maré, trava guerras em busca de território. Ano passado, iniciou tentativa de expandir seus domínios à Vila Kennedy. Em março, O DIA mostrou imagens de Matemático e comparas fortemente armados — as imagens eram de dezembro. É considerado um dos bandidos mais sanguinários e frios do Rio.
Matemático teria estendido seu domínio para atividades que até então, eram consideradas de milicianos, como exploração de caça-níqueis, venda de gás e água. Sempre cercado de seguranças, ele mata e permite assassinatos cruéis a cada desconfiança. O Disque Denúncia (2253-1177) oferece recompensa de R$ 3 mil por informações.
Bangu. Marlysson Ribeiro Pereira dormia na sala de casa quando foi atingido por um tiro de fuzil na cabeça, na madrugada de ontem. Na hora, havia um novo confronto entre criminosos da favela da Coreia e os bandidos remanescentes na Vila Kennedy. Mesmo morando do outro lado da linha férrea, uma bala perdida atingiu a criança, que faria 13 anos no próximo dia 22. Moradores acusam PMs de conivência com traficantes.
“Meu filho é mais uma vítima dessa guerra imunda e suja. Ele é o terceiro de quatro filhos, mas eu podia ter 50 que não queria perder um. Fiz o maior esforço e comprei computador, coloquei Internet para que eles não saíssem de casa. Sempre os mantive embaixo das minhas asas e isso acontece dentro da minha casa”, lamentou a mãe da criança, Ana Cristina Robeiro, de 44 anos.
Ela contou que se mudou com a família há oito meses para uma casa do outro lado da Avenida Brasil, onde considerava ser mais seguro. “Fomos pagar aluguel para sair do foco da guerra. Não queria que meus filhos tivessem esse exemplo, e o que adiantou?”.
Cristina Ribeiro, de 44 anos, mostra a foto do filho morto | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Segundo moradores, o confronto entre traficantes, que já duraria mais de 30 dias, ocorreu até as 3h naquela madrugada. A mãe de Marlysson acordou às 4h para trabalhar e ao perceber sangue no nariz do filho, achou que a criança havia tido hemorragia. Só depois de o pai, Marcelo Pereira, e um vizinho o tirarem do sofá para socorrer é que perceberam que se tratava de um tiro. Marlysson chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Vila Kennedy, mas não havia mais tempo. A criança já chegou à unidade morta.“Um infeliz acabou com minha vida”, mãe
“Essa guerra é maldita. Dói saber que um infeliz, lá do outro lado, sequer sabe que atingiu a minha família. Acabou com a minha vida. Hoje (ontem), eu já estava com o cartão de crédito na bolsa. Ia sair depois do trabalho para comprar a camisa do Flamengo, do Ronaldinho Gaúcho, para o meu filho. Ele ia ficar muito feliz. Ia surpreendê-lo porque ia comprar a original. Ele não ficou bom porque morreu. Era estudioso, educado e caseiro”.
Moradores querem ação da polícia
Moradores se queixam que policiais do 14º BPM (Bangu) fariam ‘vista grossa’ para os confrontos entre os traficantes da Coréia. Um dos bandos é liderado por Márcio José Sabino Pereira, o Matemático. Os criminosos da favela da Coreia, em Senador Camará, já teriam dominado bocas de fumo da Vila Kennedy, mas haveria bandidos que resistem à invasão. Moradores contam que homens vestidos de preto com símbolo do Batman (apelido de Matemático) impõem regras e aterrorizam famílias.
Em nota, a PM informou que o 14º BPM (Bangu) está atuando na comunidade e não há registros de “atrocidades” contra moradores. A PM diz que veículos blindados estão posicionados na entrada da Vila Kennedy para proteger a população. Recomenda que moradores denunciem pelo Disque-Denúncia (2253-1177) ou pelo 190 para facilitar as próximas ações policiais no local.
Matemático trava guerras para ampliar seu território
Márcio José Sabino Pereira, Matemático, Batgol ou Batman. Para a população que vive sob o seu domínio não importa o nome ou apelido quando seu significado é o terror. Chefe do Terceiro Comando Puro (TCP), ele deixou a cadeia em abril de 2009, beneficiado pelo regime semiaberto. Foi trabalhar na funerária da família de sua advogada e não voltou mais para a prisão.
Desde então, o dono das bocas de fumo das favelas da Coreia, Vila Aliança e comunidades do Complexo da Maré, trava guerras em busca de território. Ano passado, iniciou tentativa de expandir seus domínios à Vila Kennedy. Em março, O DIA mostrou imagens de Matemático e comparas fortemente armados — as imagens eram de dezembro. É considerado um dos bandidos mais sanguinários e frios do Rio.
Matemático teria estendido seu domínio para atividades que até então, eram consideradas de milicianos, como exploração de caça-níqueis, venda de gás e água. Sempre cercado de seguranças, ele mata e permite assassinatos cruéis a cada desconfiança. O Disque Denúncia (2253-1177) oferece recompensa de R$ 3 mil por informações.
"Rio: Criança de 12 anos é morta por bala perdida enquanto dormia."
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