A verdadeira história de Archer começa a aparecer
O traficante brasileiro que, domingo passado, foi executado na Indonésia.
Ninguém aqui seria louco de isentar os homens de suas culpas, de seus erros, muito menos de suas ações impetuosas e omissões galopantes; agindo assim, o “pacificador” estaria sendo negligente com os homens que julgam os próprios homens e que se alimentam exatamente desse julgamento para seguir em frente com seus cânceres e consciências aplacadas.
Antes de prosseguir, quero dizer que desconfio desse ente que os místicos chamam de sociedade, e das leis paridas pelas sociedades, de modo que qualquer decisão vinda em nome das tais sociedades, independentemente de serem autoritárias ou não, tanto faz se aqui ou na Indonésia, qualquer deliberação é uma temeridade.
Archer diz:
Não vejo diferença entre pagar imposto de renda, ICMS,CPMF, FGTS e quetais ( inclua na lista o condomínio do prédio, a escola dos seus filhos e a TPM de sua mulher); diferença alguma entre pagar IPTU e terminar os dias diante de um pelotão de fuzilamento na Indonésia. A única coisa que muda é a aplicação da sentença: você prefere perder sua vida à vista ou a prazo?
Desde muito cedo Marco Archer optou pela vida à vista. Jamais pagou imposto de renda. Nunca teve talão de cheques. Na adolescência atuou junto aos cartéis colombianos, levando cocaína de Medellín para o Rio de Janeiro. Em pouco tempo se tornou um dos traficantes mais solicitados e festejados na paradisíaca Bali. O malandro carioca viajou o mundo, frequentou as melhores baladas e dormiu com as mulheres mais cobiçadas do planeta.
Em 2005, o repórter Renan Antunes de Oliveira entrevistou Marco Archer na prisão de Tangerang, na Indonésia: “Sou traficante, traficante e traficante, só traficante. Nunca tive um emprego diferente na vida. Tomei todo tipo de droga que existe”.
Indagado sobre o risco que corria se fosse pego traficando drogas na Indonésia, disse: “Ora, em todo lugar do mundo existem leis para serem quebradas. Se eu fosse respeitar leis nunca teria vivido o que vivi. Não posso me queixar da vida que levei”.
Vida leva eu.
O problema todo é conciliar o fluxo: a história mal contada, com a vontade de contar outra versão. A versão de Marco Archer não colou. Na Indonésia, não.
Pela revogação de todas as penas de morte, porque a vida é uma merreca e não tem o alto valor que lhe atribuímos. Se dependesse de mim, ninguém seria julgado e todos seriam culpados de antemão. E a vida – a vida vivida até o fim, com direito a pelo menos dois banhos no rio de Heráclito – seria a sentença que eu aplicaria a padeiros, confeiteiros, jogadores de Rugby, chapeiros do McDonald’s, santos, assassinos e todos os homens e mulheres desse mundo cheio de injustiça e iniquidade.
Texto e foto: Yahoo noticias
Ninguém aqui seria louco de isentar os homens de suas culpas, de seus erros, muito menos de suas ações impetuosas e omissões galopantes; agindo assim, o “pacificador” estaria sendo negligente com os homens que julgam os próprios homens e que se alimentam exatamente desse julgamento para seguir em frente com seus cânceres e consciências aplacadas.
Antes de prosseguir, quero dizer que desconfio desse ente que os místicos chamam de sociedade, e das leis paridas pelas sociedades, de modo que qualquer decisão vinda em nome das tais sociedades, independentemente de serem autoritárias ou não, tanto faz se aqui ou na Indonésia, qualquer deliberação é uma temeridade.
Archer diz:
Não vejo diferença entre pagar imposto de renda, ICMS,CPMF, FGTS e quetais ( inclua na lista o condomínio do prédio, a escola dos seus filhos e a TPM de sua mulher); diferença alguma entre pagar IPTU e terminar os dias diante de um pelotão de fuzilamento na Indonésia. A única coisa que muda é a aplicação da sentença: você prefere perder sua vida à vista ou a prazo?
Desde muito cedo Marco Archer optou pela vida à vista. Jamais pagou imposto de renda. Nunca teve talão de cheques. Na adolescência atuou junto aos cartéis colombianos, levando cocaína de Medellín para o Rio de Janeiro. Em pouco tempo se tornou um dos traficantes mais solicitados e festejados na paradisíaca Bali. O malandro carioca viajou o mundo, frequentou as melhores baladas e dormiu com as mulheres mais cobiçadas do planeta.
Em 2005, o repórter Renan Antunes de Oliveira entrevistou Marco Archer na prisão de Tangerang, na Indonésia: “Sou traficante, traficante e traficante, só traficante. Nunca tive um emprego diferente na vida. Tomei todo tipo de droga que existe”.
Indagado sobre o risco que corria se fosse pego traficando drogas na Indonésia, disse: “Ora, em todo lugar do mundo existem leis para serem quebradas. Se eu fosse respeitar leis nunca teria vivido o que vivi. Não posso me queixar da vida que levei”.
Vida leva eu.
O problema todo é conciliar o fluxo: a história mal contada, com a vontade de contar outra versão. A versão de Marco Archer não colou. Na Indonésia, não.
Pela revogação de todas as penas de morte, porque a vida é uma merreca e não tem o alto valor que lhe atribuímos. Se dependesse de mim, ninguém seria julgado e todos seriam culpados de antemão. E a vida – a vida vivida até o fim, com direito a pelo menos dois banhos no rio de Heráclito – seria a sentença que eu aplicaria a padeiros, confeiteiros, jogadores de Rugby, chapeiros do McDonald’s, santos, assassinos e todos os homens e mulheres desse mundo cheio de injustiça e iniquidade.
Texto e foto: Yahoo noticias
"A verdadeira história de Archer começa a aparecer"
Postar um comentário
O espaço deve ser usado de forma consciente e respeitosa. Críticas, sugestões e opiniões são moderadas pela administração do site. Comentários ofensivos, com expressões de baixo calão, ou manifestações de evidencia político e/ou eleitoral, não serão acolhidos
Assinar:
Postar comentários (Atom)