Compra de novos carros para polícia do Ceará gera polêmica no Bom dia Brasil da Rede Globo (veja video)
Para combater a violência é preciso planejamento, coordenação e investimento. A polícia do Ceará resolveu investir em carros novos. Mas a discussão é se esse investimento era mesmo necessário.
No patrulhamento das ruas do Ceará, há luxo e potência. As caminhonetes, que custaram R$ 150 mil reais, têm motores de 163 cavalos que aceleram de zero a cem quilômetros em dez segundos e poderiam chegar a 200 quilômetros por hora. Mas, por determinação do comando geral, a velocidade máxima foi limitada a 50 quilômetros por hora.
“Cinquenta quilômetros não pega nem uma bicicleta”, comenta um senhor.
Se tiver de acelerar para acompanhar um veículo suspeito, por exemplo, o policial vai ter de informar a central de operações. Cada carro da polícia está recebendo quatro câmeras: duas externas e duas internas. Isso vai tornar possível o monitoramento das ocorrências e o acompanhamento pela central de operações, das atitudes do policial que exceder a velocidade.
Para a Associação dos Cabos e Soldados, a medida pode comprometer a eficiência das ações policiais.
“Ter de pedir à Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS) que autorize vai fazer com que ele pense duas vezes, ninguém sabe se quem está do outro lado vai autorizar, qual vai ser a justificativa e quando você tem perseguição, quando você está em atendimento à vida, você não pode esperar”, afirma Flávio Sabino, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar.
O comandante do policiamento justifica: a velocidade não poderá ser ultrapassada sem consentimento da central de operações para evitar acidentes como os 50 que aconteceram num único mês com carros da polícia. Quanto às perseguições, ele conta com o monitoramento e o sistema de distribuição das viaturas para cercar os suspeitos.
“Tem um policial que vai saber que essa viatura está numa perseguição. Então, ele começa a acionar essas vizinhas para ir fechando o cerco. Não tem por que, numa perseguição, ele sair desvairado correndo atrás”, explica Werislake Matias, comandante do Ronda do Quarteirão.
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