Justiça nega pedido para tirar do ar TV que vende horário para igreja
A Justiça Federal em São Paulo negou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para tirar imediatamente do ar a Rede 21, emissora do grupo Bandeirantes que transmite 22 horas diárias de cultos da Igreja Universal do Reino de Deus. O pedido de liminar (decisão urgente e provisória) foi negado, mas a ação principal segue normalmente. Outra ação semelhante do MPF, contra a CNT e a Igreja Universal, ainda aguarda análise da Justiça para deferimento ou não do pedido de liminar.
Nas duas ações inéditas contra as emissoras, o MPF pede a suspensão das concessões, a proibição de novas outorgas às duas TVs e aos representantes da Igreja Universal (o que poderia afetar a Record, propriedade do bispo Edir Macedo) e a decretação da indisponibilidade dos bens da Rede 21, CNT, Igreja Universal e seus representantes legais, para assegurar o pagamento de indenização.
O MPF argumenta que a Rede 21 e a CNT extrapolam "os limites da concessão do serviço de radiodifusão, infringindo, assim, inúmeros dispositivos da Constituição da República, do Código Brasileiro de Telecomunicações e do Regulamento dos Serviços de Radiodifusão". A principal referência legal das ações é o limite de 25% da grade de programação à publicidade. As redes de TV não podem ter mais do que seis horas diárias de propaganda, incluindo programas religiosos.
As duas redes vendem 22 horas por dia de programação para a Universal, o que contraria o "interesse nacional", que é o uso das concessões de TV para as finalidades educativas e culturais. Segundo o Ministério Público, Band e CNT receberão em cinco anos de contrato, respectivamente, R$ 480 milhões e R$ 420 milhões. Rede 21 e CNT não comentam o assunto.
Redes em polvorosa
As ações contra as duas emissoras, consideradas pequenas, deixaram três das principais redes de TV do país em polvorosa. Executivos da Record, Band e RedeTV! temem que novas ações sejam movidas contra seus acordos com igrejas. Argumentam que, sem o dinheiro dos pastores, podem até quebrar.
Segundo fontes do mercado, as igrejas injetam mais de R$ 1 bilhão por ano nas principais emissoras de TV. É mais do que o SBT de São Paulo faturou em 2013. Sozinha, a Record recebe da Universal R$ 520 milhões por ano. Na RedeTV!, a locação de horários para igrejas corresponde a 20% do faturamento. A emissora vende para igrejas atualmente 12 horas de sua grade. Arrecada pelo menos R$ 14 milhões por mês, o que dá R$ 168 milhões por ano.
A Band arrecada R$ 8,5 milhões por mês apenas com a cessão de uma hora no horário nobre ao pastor R.R. Soares _a emissora ainda tem mais três horas de igreja na madrugada.
Executivos das emissoras de TV até consideram os casos da Rede 21 e CNT abusivos, mas defendem os demais contratos. Argumentam que oferecem centenas de empregos com o dinheiro das igrejas e que essa fonte de receita é uma forma de equilibrar o domínio esmagador da Globo no mercado publicitário _a rede líder de audiência fica com mais de 70% das verbas de propaganda na TV.
Há um outro argumento, o de que o espaço ocupado pelos pastores não pode ser visto como simples publicidade, uma vez que o conteúdo religioso também pode ser interpretado como uma finalidade cultural da programação das emissoras, prevista na Constituição. Dessa forma, programas religiosos não poderiam entrar no limite de 25% do espaço da grade. Defendem as redes ainda que as dúvidas nessa seara não devem ser resolvidas pela Justiça, mas pelo Congresso, que aprova as concessões de TV.
Nas duas ações inéditas contra as emissoras, o MPF pede a suspensão das concessões, a proibição de novas outorgas às duas TVs e aos representantes da Igreja Universal (o que poderia afetar a Record, propriedade do bispo Edir Macedo) e a decretação da indisponibilidade dos bens da Rede 21, CNT, Igreja Universal e seus representantes legais, para assegurar o pagamento de indenização.
O MPF argumenta que a Rede 21 e a CNT extrapolam "os limites da concessão do serviço de radiodifusão, infringindo, assim, inúmeros dispositivos da Constituição da República, do Código Brasileiro de Telecomunicações e do Regulamento dos Serviços de Radiodifusão". A principal referência legal das ações é o limite de 25% da grade de programação à publicidade. As redes de TV não podem ter mais do que seis horas diárias de propaganda, incluindo programas religiosos.
As duas redes vendem 22 horas por dia de programação para a Universal, o que contraria o "interesse nacional", que é o uso das concessões de TV para as finalidades educativas e culturais. Segundo o Ministério Público, Band e CNT receberão em cinco anos de contrato, respectivamente, R$ 480 milhões e R$ 420 milhões. Rede 21 e CNT não comentam o assunto.
Redes em polvorosa
As ações contra as duas emissoras, consideradas pequenas, deixaram três das principais redes de TV do país em polvorosa. Executivos da Record, Band e RedeTV! temem que novas ações sejam movidas contra seus acordos com igrejas. Argumentam que, sem o dinheiro dos pastores, podem até quebrar.
Segundo fontes do mercado, as igrejas injetam mais de R$ 1 bilhão por ano nas principais emissoras de TV. É mais do que o SBT de São Paulo faturou em 2013. Sozinha, a Record recebe da Universal R$ 520 milhões por ano. Na RedeTV!, a locação de horários para igrejas corresponde a 20% do faturamento. A emissora vende para igrejas atualmente 12 horas de sua grade. Arrecada pelo menos R$ 14 milhões por mês, o que dá R$ 168 milhões por ano.
A Band arrecada R$ 8,5 milhões por mês apenas com a cessão de uma hora no horário nobre ao pastor R.R. Soares _a emissora ainda tem mais três horas de igreja na madrugada.
Executivos das emissoras de TV até consideram os casos da Rede 21 e CNT abusivos, mas defendem os demais contratos. Argumentam que oferecem centenas de empregos com o dinheiro das igrejas e que essa fonte de receita é uma forma de equilibrar o domínio esmagador da Globo no mercado publicitário _a rede líder de audiência fica com mais de 70% das verbas de propaganda na TV.
Há um outro argumento, o de que o espaço ocupado pelos pastores não pode ser visto como simples publicidade, uma vez que o conteúdo religioso também pode ser interpretado como uma finalidade cultural da programação das emissoras, prevista na Constituição. Dessa forma, programas religiosos não poderiam entrar no limite de 25% do espaço da grade. Defendem as redes ainda que as dúvidas nessa seara não devem ser resolvidas pela Justiça, mas pelo Congresso, que aprova as concessões de TV.
"Justiça nega pedido para tirar do ar TV que vende horário para igreja"
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